Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo Salvador, 13 a 19 de outubro de 2018
Organizadores:
Angela Maria Gordilho Souza
(PPGAU/FAUFBA; Residência AU+E/UFBA)
Rodrigo Espinha Baeta
(PPGAU/FAUFBA; MP-CECRE)
Nivaldo Vieira de Andrade Junior
(PPGAU/FAUFBA; Presidente IAB-BR)
Apresentação
O V ENANPARQ ocorreu em Salvador-BA, de 13 a 19 de out./2018, com o Tema: Arquitetura e Urbanismo no Brasil atual: crises, impasses e desafios. Objetivou discutir de modo transversal, o contexto atual nesse campo de atuação, com debates sobre a produção científica recente nas universidades brasileiras, em diálogo com as práticas e produção internacional, fomentando a reflexão crítica sobre permanências e perspectivas num contexto de crises, impasses e desafios. O evento recebeu 653 propostas de trabalhos e 1.050 pessoas participaram do Evento, sendo: (Comissões-professores/168; Conferências, Painéis e Mesas Institucionais/51; Mesas, Simpósios e Oficinas Temáticas/797; Jornada Lelé/17; Secretaria/8; Monitores/52; e Estudantes Graduação/50), desses, inscritos pagantes/720, a maior edição até então. Seguem atividades da programação final do Evento, por ocorrências: OFICINAS E PRÁTICAS URBANAS: 14; 47 proponentes. CONFERÊNCIAS ABERTURA: 2. CONFERÊNCIAS TEMÁTICAS: 3EXPOSIÇÃO DE PROJETOS: 46 painéis PREMIAÇÕES: 86 inscritos; 6 premiações e 8 menções honrosas. LANÇAMENTOS DE LIVROS: 17 livros. SESSÃO ESPECIAL: 1 PAINÉIS. TEMÁTICOS: 8; 24 painelistas. MESAS INSTITUCIONAIS: 6; 22 convidados. SESSÕES PARALELAS:4 MESAS TEMÁTICAS: 64; 469 trabalhos aprovados. SIMPÓSIOS TEMÁTICOS: 64;314 trabalhos aprovados. O V ENANPARQ trouxe para o debate os resultados recentes das atividades da pós-graduação na área de Arquitetura e Urbanismo, no âmbito do Ensino, Pesquisa, Extensão e Projetos, com reflexões e práticas fundadas nas demandas e desafios do contexto atual, na produção e lacunas do conhecimento e no compromisso socioambiental inerente a Área.
Tema
A temática proposta para o V ENANPARQ busca discutir de modo transversal, interdisciplinar e inovador o contexto atual relacionado a esse campo de atuação, promovendo o debate sobre a produção científica recente nas universidades brasileiras, em diálogo com as práticas e com a produção internacional, fomentando assim a reflexão crítica sobre as permanências e perspectivas num contexto de crises, impasses e desafios.
O evento traz para o debate no tema proposto, os resultados recentes das atividades da pós-graduação na área, no âmbito do Ensino, Pesquisa, Extensão, da Prática Profissional e do Comum, com reflexões sobre a formação, produção e lacunas, fundadas no compromisso social da Área de Arquitetura e Urbanismo, considerando o seguinte contexto.
Contexto
Considera-se o panorama mundial altamente globalizado e interconectado sob a égide da financeirização, do neoliberalismo e das tecnologias digitais, em que as crises se manifestam em ciclos crescentemente frequentes e duradouros, com impactos sociais e ambientais profundos e diferenciados a cada contexto e sociedade.
No Brasil, a atual crise instaurada nas suas dimensões política, econômica e social, afeta diretamente a qualidade de vida das pessoas, do ambiente, bem como as relações institucionais e produtivas. Traz impasses para todas as áreas profissionais, com fortes impactos para Arquitetura e Urbanismo nas suas múltiplas formas de ação.
Esse campo de atuação está sendo fortemente afetado, não apenas pela escassez de investimentos, vulnerabilidades e enfraquecimento de ações contínuas na construção, preservação e produção do espaço, mas, sobretudo, pelas inflexões nas políticas públicas de interesse social e coletivo. Para além da prática profissional, são questões que se expressam nos graves problemas urbanos, nas dinâmicas territoriais dispersas, nas estruturas ociosas e obsoletas, nas objetivações e subjetivações excludentes e no cotidiano de violências e incertezas no que há de vir.
Os avanços conquistados nos pactos constitucionais democráticos pelos direitos socioespaciais, regulamentados no Estatuto da Cidade e no Estatuto da Terra, depois de quase duas décadas de vigência nas legislações, se efetivam fragilmente na prática, diante das necessidades de atendimento às demandas da sociedade brasileira.
Nesse contexto, são complexos os desafios colocados para reflexão e ações da pós-graduação no campo da Arquitetura e Urbanismo, considerando as suas relações entre teoria, prática, assimilação, experimentação, diálogo na sociedade e incorporação de saberes. Enfim, no processo contínuo do conhecimento, vislumbram-se caminhos de conexão ao passado,permanências, emergências, resistências, mediações e superação de impasses, que potencializam ganhos coletivos, soluções inovadoras e participativas, na conquista de cidades melhores, mais justas e ambientes adequados para a vida.
Concepções teóricas emergentes; experimentações projetuais; projeto como instrumento de mediação e resistência para conquistas coletivas; urbanismo corporativo, globalização e direito à cidade; corporeidades e cidade; gênero, classe e raça na cidade; produção do comum e resistência; avanços e limites da autogestão; cartografias afetivas, performance e cidade; ecologia de saberes; utopias experimentais; novos processos e técnicas de ensino-aprendizagem; interação graduação/pós-graduação e universidade/sociedade; metodologias para além da sala de aula; desafio na ampliação do campo profissional.
Memória e história da cidade, do urbanismo e dos lugares; visões, revisões e ampliação da arquitetura e do urbanismo no espaço e no tempo; estudo histórico da cidade a partir de suas múltiplas dimensões; circulação e divulgação de ideias na produção da arquitetura e do urbanismo modernos e contemporâneos; interfaces entre a arquitetura e a cidade na dimensão da história; abordagens críticas na teoria e na história da arquitetura contemporânea; revisões críticas atuais da historiografia da arquitetura e da cidade latino-americana.
Patrimônio arquitetônico na cidade contemporânea; preservação, conservação e gestão do patrimônio edificado; ambiente construído e cultura popular; políticas habitacionais em áreas centrais; áreas de valor cultural; instrumentos, metodologias e técnicas para a conservação e restauração do patrimônio edificado; restauração e reabilitação de edifícios e centros históricos; materiais e tecnologias construtivas tradicionais; dimensão material e imaterial na cultura; preservação da memória e construção de identidades; revisões das teorias contemporâneas da conservação e do restauro; intervenções arquitetônicas contemporâneas em núcleos urbanos consolidados de interesse cultural.
Conflitos ambientais e ocupação; degradação e riscos; vulnerabilidades no ambiente social, natural e construído; ambiente e paisagem; sociabilidade, cidadania e espaço público; sistemas de espaços livres e edificados; preservação do ambiente natural, construído e da paisagem; infraestrutura e visão ecossistêmica do saneamento; retrofit de edificações; dimensões da sustentabilidade urbana e rural; dimensão socioecológica em projetos urbanos; permacultura urbana; ecobairros, ecovilas e co-housings; contextos de resiliência urbana; territórios de comunidades solidárias e povos tradicionais.
Políticas urbanas, metropolitanas e regionais; espaços coletivos, públicos e privados na cidade; pluralidade, redesenho e privatização do espaço público; planos e práticas de gestão descentralizada; intervenções e pós-ocupação nos empreendimentos Minha Casa Minha Vida; assistência técnica, assessorias e direito à moradia e à cidade; autogestão e co-gestão na produção do espaço; movimentos coletivos, ativismos e práticas propositivas; ocupações urbanas e rurais; exclusão, rebeldias, violência e militarização urbana; equipamentos, mobiliário urbano e comunicação visual; cidadania, ambiência e urbanidade.
Sistemas de mobilidade, reestruturação e qualificação do espaço urbano; cidade para pessoas; transporte público, redes e integração multimodal; qualidade da infraestrutura urbana e regional; transporte de massa e impactos metropolitanos; ciclovias, pedestre e espaços públicos; transporte ativo, macro e micro acessibilidade; novas tecnologias de transporte; infraestrutura urbana para crianças e idosos.
Alcance e legitimidade social da aplicação do Estatuto da Cidade e do Estatuto da Metrópole; efetividade social e coletiva de planos diretores urbanos e metropolitanos; impactos dos sistemas nacionais de habitação, saneamento e mobilidade no espaço urbano; regularização fundiária em ocupações informais; implementação e regulamentação de ZEIS; insurgências e experimentação de novos instrumentos; implementação de planos de bairro.
Novos processos e tecnologias em pesquisas, projetos e práticas; recursos tecnológicos de documentação, sistematização e divulgação de informações; contribuições e avanços das tecnologias de informação para acessibilidade universal, inclusão social e gestão participativa; análise espacial urbana; visualização digital urbana; transformação socioespacial; capacidade transformativa urbana e redes de comunicação; avanços de tecnologias aplicadas ao ensino, projetos e práticas.
Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (4. : 2018 : Salvador, Ba).
Programação do Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 13 a 19 de outubro. – Salvador: FAUFBA, 2018.
12203 p.
ISSN 2358-6214
1. Arquitetura. 2. Urbanismo. 3. Arquitetura e Urbanismo – Congressos. I. Título.
II. Faculdade de Arquitetura. III. Universidade Federal da Bahia.